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O projeto de vídeo-arte da artista Júlia Steffen - Da Dor à Luta: Histórias de Mulheres Sobreviventes da Violência - traz um olhar sensível não somente para conscientização da sociedade, mas também tenta promover um lugar de acolhimento, mostrando para todas as mulheres que elas não estão isoladas ou sem amparo. Partindo da pesquisa, o projeto mostra ao público o relato de experiências vividas por onze sobreviventes, sendo elas bissexuais, indígenas, negras, transexuais, entre outros grupos discriminados, tendo como objetivo dar à luz a um tema que atinge nossa sociedade, promovendo uma narrativa mais completa sobre a violência contra a mulher, num passo essencial para a compreensão aprofundada desse problema complexo.

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Destacando a diversidade de experiências enfrentadas por mulheres de diferentes origens étnicas, socioeconômicas, orientações sexuais e identidades de gênero, o projeto amplia a representação abrangendo uma variedade de histórias que refletem a complexidade da violência contra a mulher, enfatizando não apenas o momento da dor, mas também a resistência frente aos fatos ocorridos. Com isto, destaca também histórias de superação, resiliência e transformação, enfocando na força das sobreviventes, como forma de ajudar a contrabalançar a imagem de mulheres apenas como vítimas. A artista vai além dos relatos individuais, abordando as causas subjacentes da violência de gênero, como desigualdades estruturais, normas de gênero prejudiciais e falhas nos sistemas de apoio. Com isso, permite uma análise mais crítica e orientada para soluções, incorporando a voz de especialistas, defensores dos direitos das mulheres e organizações que trabalham ativamente no combate à violência de gênero.

Dentro destas perspectivas, o projeto forneceu insights valiosos e informações especializadas para contextualizar e enriquecer as narrativas, reconhecendo que as experiências de violência podem ser expressas de maneiras diversas. Nem todas as vítimas podem se identificar prontamente como tal ou expressarem sua dor da mesma forma, onde devemos ser sensíveis a essas nuances.  Visou também histórias que destaquem esforços de prevenção, conscientização e educação em relação à violência de gênero para inspirar ações positivas e mostrando que a mudança é possível.

Todo o processo envolveu mais de 40 horas de gravação com 11 mulheres entrevistadas, resultando após dois meses de edição, cinco vídeos que juntos totalizam 56'46'' minutos, sendo ouvidas neste processo: Amanda Amorim, Ana Paula Leão, Cleuse Soares, Gabriela Barbosa, Ingrid Sataré-Mawé, Iris Gonçalves, Leonita Fernandes, Mari Enomoto, Mariana Franco e Marlene de Fáveri, assim como a própria artista que também sofreu estupro.

De acordo com dados do Ministéro da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em 2019 foram registradas mais de 180 mil denúncias de violência contra a mulher. A Lei Maria da Penha, implementada em 2006, trouxe avanços na resposta legal a esses casos, mas a subnotificação ainda é uma preocupação, o que nos leva a pensar que o Brasil enfrenta desafios significativos relacionados à violência de gênero e tudo mais que ela atinge.

Este projeto trabalha com este lugar, onde a arte cumpre seu papel político de fala, e tira das sombras tudo aquilo que merece estar à luz da sociedade, esta mesma sociedade que tem o papel de proteção a todos que nela vivem, com igualdade e respeito.


Meg Tomio Roussenq
curadora

Júlia Steffen
Coordenação, produção, edição, arte e design


Carlos Pontalti
Captação de vídeo e direção de fotografia

Amanda Amorim
Captação de áudio

Meg Tomio Roussenq
Curadoria

 

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Projeto Cultural  selecionado pelo Prêmio  Elisabete Anderle de Apoio à Cultura - Edição 2022, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense  de Cultura.
Processo FCC 2920/2022.


 

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